Capítulo 34

Capítulo 34

Jacinto ergueu os olhos, encarando Nevio.

Nevio sentiu um arrepio na espinha!

Desde pequeno ele temia seu irmão, mesmo agora que havia crescido, um simples olhar de seu irmão ainda era capaz de gelar–lhe o sangue!

Nervoso, Nevio engoliu em seco e perguntou: “Jacinto, eu disse algo errado?”

“A vovó não disse que ninguém deveria mencionar isso novamente? Você ficou surdo ou simplesmente ignora as palavras dela, hein?”

Quando Nevio estava prestes a explicar, ele viu seu irmão começar a falar novamente: “Daiana é minha esposa, eu não disse nada, quem é você para criticá–la? Tem coragem de insultá–la na minha frente, o que faria se eu não estivesse aqui? Talvez até a matasse com uma faca?”

O rosto de Nevio empalideceu de repente, com uma mistura de medo e raiva, ele respondeu: “Jacinto, você nunca se importou com essas coisas antes, por que está defendendo Daiana agora?”

“Eu não estou defendendo ela.” – Jacinto pegou uma taça de vinho, deu um gole, e disse friamente: “Só quero lembrá–los, mesmo que Daiana fosse um cachorro que eu crio, ainda assim não seria da conta de ninguém a repreender, entendeu?”

Talita mordeu o lábio secretamente, mantendo um sorriso doce e amável no rosto: “Jacinto, como você pode metaforizar Daiana como um cachorro? Nevio não vai repreendê–la novamente, não deixe que isso machuque a harmonia entre irmãos por uma pequena questão.”

“É Talita quem entende as coisas.” – Isaura disse sorrindo: “Nevio, acho que você está na indústria do entretenimento há muito tempo e se toma cada vez mais indisciplinado.”

Talita ficou lisonjeada, Isaura sempre mostrou desdém por ela, normalmente apenas respondendo friamente às suas tentativas calorosas de interação, mas hoje foi a primeira vez que a elogiou.

Talita rapidamente tentou agradar: “Obrigada, vovó. Deixe–me servir–lhe uma sopa.”

“Essas pequenas coisas, deixe que minha Daiana faça, não queria incomondá–la.”

A mão de Talita, que estava prestes a servir a sopa, congelou no ar, demonstrando um constrangimento evidente.

Nevio rapidamente tentou amenizar a situação: “Talita, você não alcança, deixa que eu sirvo.”

Somente então Talita recolheu a mão embaraçadamente.

Isaura continuou: “Talita estava certa, você e Jacinto não devem perturbar a harmonia, especialmente hoje, durante um jantar em família, que falta de decoro.”

Nevio entregou a sopa para Isaura: “Vovó, eu sei que errei, por favor, não fique brava.”

“Estou velha, quase enterrada, não peço muito, apenas desejo que Jacinto e Dani me deem um bisneto logo, mas os céus não estão a nosso favor, Dani acabou na prisão por um ano por causa de vocês.” – Isaura disse, enxugando as lágrimas: “Isso atrasou meu desejo de abraçar um bisneto por mais um ano!”

Daiana segurou a barra da sua roupa por baixo da mesa.

Se Isaura soubesse que ela estava grávida, com certeza ficaria muito feliz, mas essa criança estava destinada a ser um segredo para a família Rodrigues.

Nevio tentou consolar. “Vovó, foi ela que…”

Lembrando o olhar de Jacinto de antes, ele engoliu as palavras que viriam a seguir.

Isaura limpou as lágrimas e continuou: “Agora que Dani finalmente voltou, nossa casa parece sombria, e vocês até se atrevem a discutir na mesa de jantar, parece que é hora desta velha senhora intervir.”

Nevio sentiu um frio no coração: “Vovó, o que a senhora pretende fazer?”

Seria possível confiscar seu cartão bancário?

Isaura olhou para Talita: “De qualquer forma, todas essas questões começaram por causa de Talita. Embora sempre tenhamos nos dado bem com a família Sousa, afinal não somos uma família e é fácil surgir conflitos devido aos encontros com alta frequência. De agora em diante, Talita, você não precisa mais comparecer a jantares de família como esse.