Chapter 560
Aurora Dourada: Retorno By Ricardo Almeida
CapÃtulo 560 Há cerca de dez dias, ela havia perdido a avó, e agora, perdeu também o avô...
âPerdoe o vovô por ser egoÃsta desta vez...â Leno Abreu, sabendo que seu tempo eral curto, segurou a mão de Célio e disse: âGaroto você ainda não me prometeu...â
Os olhos de Célio marejaram: âEu prometo, vou protegê-la com minha vida, e tratá-la bem...â
âIsso é bom, muito bom...â Leno Abreu fechou os olhos tranquilamente, certo de que, tendo a neta e o neto postiço ao seu lado em seus últimos momentos, não seria motivo de chacota no céu ou na terra por não ter descendentes.
Quando ele fechou os olhos e partiu pacificamente, Isabella não conseguiu se conter e se debruçou ao lado dele, chorando em silêncio.
Os funcionários do tribunal e o notário terminaram de gravar o vÃdeo e, após algumas palavras de consolo, se retiraram.
O médico da famÃlia e a enfermeira também se despediram de Isabella com corações pesados.
No quarto espaçoso, restou apenas a garota debruçada na cama, com os ombros tremendo.
Célio acariciou suavemente suas costas, esperando oferecer algum conforto.
E a governanta cobria o rosto com as mãos, lutando para não chorar em voz alta.
Eles sabiam que o amor de Leno Abreu por Eldá era tão profundo que transcendia a vida e a morte...
Depois de uma tarde de luto, a governanta entregou a Isabella o que Leno Abreu havia deixado, âEste é um vÃdeo que o senhor gravou antes de partir, ele fez questão que eu lhe entregasse.â
Isabella sabia que seria o seu testamento. Pegou-o com a mão trêmula e o reproduziu na sala de estar.
No vÃdeo, aparecia o rosto gentil de Leno Abreu, que começou explicando por que havia escolhido aquele modo de partir, pois viver tornara-se insuportavelmente doloroso para ele.
Agora, sua única preocupação era Isabella.
Ele pediu que ela não ficasse triste, que continuasse a viver bem, dando-lhe mil recomendações e encargos, e depois instruções para depois de sua morte.
âEmbora eu não queira que você, ainda tão jovem, carregue um fardo tão pesado... perdoe o vovô por ser egoÃsta esta vez, por ser teimoso.â
10:48 Capitulo 560 âDepois que eu partir, todos os meus bens ficarão para você, será a sua herança.â
âEste terno que estou usando, eu pretendia vestir no seu casamento... é uma pena...â Leno Abreu disse isso e sorriu, âEu pretendia ser mais elegante que aqueles velhotes com este traje... Como estou? O vovô está eleganté com este visual, este cabelo, não está?â
As lágrimas de Isabella começaram a cair.
âEu também avisei a eles que, depois que eu partisse, eles viriam para o meu último adeus, Isabella, estude bastante, seja uma pessoa útil para a sociedade, cuide-se e seja feliz.â
No vÃdeo, Leno Abreu acenou se despedindo, âNa próxima vida, quero ser o seu vovô novamente.â
Isabella desabou em lágrimas imediatamente.
Célio a abraçou, tentando consolá-la: âFoi a escolha do vovô, não fique triste... ele estava feliz quando partiu.â
Embora Isabella soubesse que aquela era uma libertação para Leno, a perda de dois entes queridos em tão pouco tempo era devastadora.
âVocê ainda tem a mim.â Célio disse com ternura, batendo nas costas dela como se acalmasse uma criança, âNão chore mais.â
Isabella chorou em seus braços até a chegada dos outros avôs que receberam a notÃcia. Juntos realizaram um funeral simples, permitindo que Leno Abreu descansasse em paz... Num piscar de olhos, as férias de verão haviam acabado, e aquele verão quente havia levado embora dois de seus entes queridos. A sensação de aridez no ar soprava com o vento, tingindo os olhos de Isabella com um toque de saudade.