Capítulo 77
Minha Morte!Sua Loucura!
CapÃtulo 77 Eu não sabia quanto tempo tinha dormido, mas ao acordar, percebi que a mão do Robson ainda estava sob minha cabeça.
Esfreguei a testa e olhei confuso para Robson. Ele tinha me apoiado durante todo o caminho?
Mais de três horasâ¦
Esse cara é ingênuo ou está fingindo?
âOnde estamos?â â eu perguntei baixinho.
âMansão Macedoâ, sussurrou Robson, segurando minha mão com um ar de medo.
Ah, esses olhos tristes, lindos e profundos sempre conseguem despertar o desejo de proteção nas pessoas.
âFica tranquilo, estou aqui com vocêâ, eu disse, dando um tapinha na mão de Robson, mesmo estando assustada também.
Que tipo de casa antiga é essa, toda cercada por montanhas selvagens? Parece tão desolada.
E com as luzes acesas à meiaânoite, parece uma cena de filme de terrorâ¦
Engoli em seco, tomei coragem e, segurando a mão de Robson, saÃmos do carro.
âSenhor e senhora, por aqui, por favor.â â André estava esperando na porta.
Apertei a mão de Robson com força e caminhamos em direção ao velho.
O patriarca estava em frente a um altar, queimando incenso, provavelmente pedindo a proteção de seus antepassados.
No altar, vi o nome do filho mais velho do patriarca, o pai de Robson.
Mesmo sendo um filho ilegÃtimo, ele ainda era filho do patriarca.
Robson ficou olhando para aquele altar com uma expressão vazia.
Olhando mais de perto, vi que, ao lado do nome de Ciro Macedo, havia outro nome, Nazario Macedo, que devia ser o neto mais velho do patriarca.
Dizem que toda a famÃlia morreu em um acidente de carro, eram as esperanças e os sucessores cuidadosamente escolhidos pelo patriarca.
Quanto a Tom, ele era o filho em quem o patriarca menos acreditava no inÃcio; era irresponsável, indisciplinado e bobo, definitivamente não era o melhor sucessor.
Mas, ironicamente, houve uma tragédia, e a famÃlia do filho mais velho morreu naquele acidente.
Agora, o patriarca só tinha Tom, um filho que não lhe trazia orgulho e não poderia ter descendentes.
Para o Sr. Homero, um homem de pensamento tradicional arraigado, a falta de herdeiros era um grande problema. Como ele poderia permitir o fim da linhagem Macedo? à por isso que Robson e eu estávamos ali.
Nossa identidade e nosso papel na familia Macedo eram instrumentos para garantir a continuidade da linhagem.
Capitulo 77 âVenham, queimem o incensoâ, disse o patriarca, depois de terminar suas orações, voltandoâse para Robson e para mim.
Peguei o incenso e ofereci a Robson, mas ele não o pegou, continuando a olhar para o altar.
Dava para perceber que ele estava cheio de ressentimentoâ¦
Sentindo uma emoção indescritÃvel e temendo a repreensão do patriarca, aproximeiâme e sussurrei:
âRobson, queime o incenso.â
Robson finalmente olhou para mim, sua voz rouca ao falar: âTodos vocês⦠são mentirosos.â
Eu fiquei atônito, vendo a profunda decepção em seus olhos.
Todos são mentirosos?
O que Lana tinha mentido para ele? E esse tal de Ciro?
âQueime o incenso.â â Apesar de saber que Robson estava relutante, eu ainda o conduzi para frente para queimar o incenso.
âO acidenteâ¦â â Ele colocou o incenso no incensário e me olhou, hesitante em dizer mais.
Esperei um pouco, mas ele não continuou, então não perguntei mais nada.
Eu entendia a dor causada por um acidente de carro, pois meus pais também morreram em um.
O patriarca pareceu satisfeito com a obediência de Robson, não importava se era por minha influência, pelo menos ele estava agindo como um ser humano.
âDá para ver que Fábio gosta muito de você e está disposto a ouvir o que você diz,â â comentou o patriarca.
Eu abaixei a cabeça, ouvindo em silêncio.
está âSe você conseguir controlar, melhor aindaâ, continuou o patriarca, balançando a cabeça: âAgora que grávida, carregando o sangue da familia Macedo, você pode ser considerada uma heroÃna para nós. Se der à luz um menino, terei cumprido meu dever para com os ancestrais da familia Macedo.â